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Victória Amelina (1986-2023)

Os efeitos da guerra são tremendos. A cultura é vítima dos seus efeitos mais desastrosos. Agora morreu uma das mais jovens e prometedoras escritoras ucranianas.

A romancista ucraniana Victoria Amelina, ferida na terça-feira num ataque russo a um restaurante em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, morreu no sábado, segundo anunciou o PEN – Clube Internacional.. “Informamos que a escritora Victoria Amelina faleceu no dia 1 de julho no hospital Mechnikov, em Dnipro”, declarou o PEN Clube, em comunicado, divulgado no domingo.

“A morte ocorreu devido aos ferimentos sofridos durante o bombardeamento russo” ao restaurante em Kramatorsk. A escritora ucraniana, de 37 anos, foi gravemente ferida durante um jantar no restaurante Ria Pizza, muito frequentado por voluntários e jornalistas, tendo sido hospitalizada, em Dnipro, com “múltiplas fraturas na base do crânio”, informou o neurocirurgião Vitalii Savenkov. Amelina estava na companhia de três celebridades colombianas, todas com ferimentos ligeiros, de acordo com a mesma nota.

A morte da escritora eleva para 13 o número de vítimas mortais no ataque russo a Kramatorsk, importante nó ferroviário e sede de instalações militares. O ataque causou cerca de 60 feridos, de acordo com as autoridades ucranianas.

Nascida em Lviv, Amelina foi autora de romances traduzidos em várias línguas. Desde a invasão russa da Ucrânia, a escritora tinha “alargado o trabalho muito além da literatura” e “documentado os crimes de guerra russos nos territórios ocupados”, indicou o PEN Ucrânia. Em 2015 publicou o seu primeiro livro: “O Síndroma do Outono – sobre o Homo Compatiens”, onde se sentem ecos dos acontecimentos de Maidan. A obra foi premiada e teve muito bons ecos nas comunidades culturais europeias, tendo prefácio de Jurij Isdryk. Em 2016 publicou um livro para crianças “Alguém – ou o Coração da Água”. Em 2017 publicou “O Reino do Sonho de Dom”, sobre a família de um coronel soviético que viveu no apartamento deu escritor polaco de origem judaica Stanislaw Lem. Em 2018 representou a Ucrânia Co Congresso Mundial do PEN Clube na índia, onde defendeu Oleg Sentsov, prisioneiro político russo.

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