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A quinta edição da “Revista do Mês”, o jornal falado do CNC teve lugar no CiberChiado no dia 28 de Maio … ler mais

Realizou-se a quinta edição da “Revista do Mês”, o jornal falado do CNC, que teve lugar no CiberChiado no dia 28, com o apoio da Rádio Renascença e do jornal Público. A Tertúlia reuniu Maria João Avillez (M.J.A.), João Amaral (J.A.) Maria José Nogueira Pinto (M.J.N.P.) e Guilherme d`Oliveira Martins (G.O.M.). Os temas do momento concentraram as atenções da conversa – o caso de Felgueiras, a agressão a Francisco Assis, o processo da pedofilia, a importância do poder judicial em democracia, as relações entre a comunicação social e a vida política, bem como os 80 anos de Eduardo Lourenço e o último livro de João Bénard da Costa – “Os Vencidos do Catolicismo”. M.J.N.P. começou por se interrogar sobre se não poderia compreender-se por boas razões o que a presidente da Câmara de Felgueiras fez, fugindo às agruras de uma prisão preventiva (“fez as contas e foi-se embora, não a censuro por isso”). Esclarecendo que jamais se veria nessa situação, considerou haver uma situação muito perversa no momento actual, que determina acontecimentos destes. Se a atitude de Francisco Assis foi exemplar na arruaça de Felgueiras, insistiu M.J.N.P., a verdade é que o fenómeno torna-se compreensível e natural. “Todos os partidos sem excepção sacrificaram pessoas capazes a pessoas que ganhavam votos” – disse ainda. G.O.M. referiu o perigo da deriva populista e salientou a importância do poder judicial na vida democrática, mas suscitou as maiores dúvidas e reparos relativamente ao excesso de protagonismo dos juízes. M.J.N.P. retorquiu: “o nome dos juízes não é conhecido por culpa dos juízes, o nome dos juízes é conhecido por culpa dos meios de comunicação”. G.O.M. invocou então Montesquieu, dizendo que o verdadeiro limite ao poder democrático está no Direito e na Justiça – o que deve ser preservado a todo o custo. Eis porque não se deve falar demais relativamente às questões que estão na esfera judicial, sob pena de se estar a afectar gravemente o Estado de Direito. Afinal, torna-se perigoso o peso do discurso populista e demagógico nos tempos que correm, tendo M.J.N.P e J.A. referido que não se trata apenas dessa questão, devendo a política democrática adaptar-se à omnipresença dos meios de comunicação. G.O.M. invocou a necessidade de reflexão, de tempo e de mediação na vida política, concordando com muito do que José Pacheco Pereira tem referido sobre os perigos da promiscuidade entre os políticos e os profissionais da comunicação. Salientou ainda,com a concordância geral, que o caso da prisão preventiva de Paulo Pedroso, qualquer que seja o desfecho, não pode levar à interpretação de que ou as instituições judiciais ou as instituições políticas democráticas poderão ser postas em xeque. Os tribunais e as instituições representativas encontrarão saídas – e temos de garantir que as mesmas não afectem o respectivo prestígio e solidez.

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