A Maria Teresa era uma boa amiga. Com uma fidelidade permanente, que muito me sensibilizava, recebi todos os seus livros com dedicatórias inesquecíveis. É uma das grandes referências da literatura portuguesa contemporânea.
Sendo uma mulher de causas, usou a sua escrita determinada e belíssima em prol dos direitos fundamentais e sobretudo da dignidade humana. Sendo co-autora das “Novas Cartas Portuguesas” tornou-se, com inteira justiça, um dos símbolos da liberdade em Portugal.
Na celebração dos cinquenta anos da Revolução dos Cravos foi com orgulho que ouvimos do Presidente da República de França reconhecimento da importância da literatura como forma de combate pela liberdade cidadã e por uma cultura de igual consideração e respeito por todos.
Pessoalmente tive o gosto ainda de trabalhar na área da Educação com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa – e essa saudade das três Marias não se desvanece.
A sua poesia é marcante pela ligação permanente entre a sensibilidade e a coragem, entre o amor e a determinação. Tive o gosto e a honra de lhe exprimir a minha admiração e homenagem numa cerimónia inesquecível na Universidade de Lisboa ou quando nos fomos despedir no Palácio Fronteira do seu primo e meu amigo Fernando de Mascarenhas, marquês de Fronteira. A sua biografia de uma Avó extraordinária como a Marquesa de Alorna, Leonor de Almeida, outro símbolo de liberdade, demonstra bem como os genes do melhor talento se podem transmitir e perpetuar.
O Centro Nacional de Cultura homenageia sentidamente Maria Teresa Horta, agradecendo tudo o que nos deu como poeta e escritora e cidadã comprometida em nome da democracia.
Enviamos os sentimentos à família e amigos!
A sua obra continua connosco.
GOM
Prestamos homenagem a Maria Teresa Horta, relembrando a sua intervenção na sessão sobre a obra “Novas Cartas Portuguesas” no âmbito do programa literário internacional DISQUIET, em 1 de julho de 2014.
Centro Nacional de Cultura · Maria Teresa Horta – Disquiet, 2014