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Lourdes Castro (1930-2022)

O Centro Nacional de Cultura homenageia Lourdes Castro no momento da sua morte. Não esquecemos que foi no CNC que Lourdes Castro apresentou com José Escada as suas primeiras obras nos anos cinquenta.

A sua vida foi uma sucessão de momentos essenciais que a tornaram uma das mais importantes artistas portuguesas no século XX, com projeção europeia.

Nasceu a 9 de dezembro de 1930, no Funchal, na Madeira. Frequentou o curso de Pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa (1950-1956). Radicada em Paris desde 1958, regressou à Madeira em 1983. Entre 1958 e 1962, com René Bertholo, foi fundadora do importante grupo internacional KWY, a que se associaram Christo, Jan Voss, João Vieira e José Escada, Gonçalo Duarte e Costa Pinheiro. No princípio da década de 1960 coleciona objetos quotidianos em assemblages, cobertos de cor prata, para, em seguida, passar a registar apenas a sua sombra. Publica, com Benjamin Patterson, Prints and Comments (1962). A partir de 1963 Lourdes de Castro começa a introduzir a cor no seu trabalho: uma cor uniforme – o vermelho, o azul ou o verde, por exemplo. Estas pesquisas sobre sombras e contornos entendem-se progressivamente da serigrafia à tela e do plexiglas ao pano, evoluindo as iniciais formas recortadas e pintadas para “sombras deitadas” que culminam nas “sombras em movimento” ou teatro de sombras (1973). Participou em numerosas exposições internacionais de pintura, de livros de artista e de Mail Art e apresentado espetáculos de sombras, com Manuel Zimbro, em diversas cidades europeias. Algumas exposições individuais: Baden-Baden, Stattliche Kunsthalle (1966), Indica Gallery, London (1967), Moderna Galerija, Ljubljana, Akademie der Künste (1971) (com René Bertholo). Exposições coletivas (seleção): 5.a Bienal de São Paulo (1959 e 1985); Grupo KWY, Universidade de Saarbrüken; SNBA (1960); 1.a Bienal de Paris (1961), Diálogo no CAM, Fundação Gubenkian (1985), Vraiement faux, Fondation Cartier, (1988). Realizou ainda uma importante retrospetiva na Fundação Calouste Gulbenkian em 1992. Tendo representado Portugal, com Francisco Tropa, na Bienal de São Paulo em 1998.

A sua modéstia contrastava com o carácter fulgurante e inovador da sua obra. Não esquecemos a sua presença criadora e poética! Nunca esquecia a sua ligação antiga ao Centro Nacional de Cultura no princípio da sua carreira de fantástica artista!

Apresentamos a sua família e amigos sentidas condolências.

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