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Jean Jacques Sempé (1932-2022)

Morreu Sempé um dos grandes cartoonistas contemporâneos. Deve-se-lhe o Petit Nicolas, mas para quem conhecer a sua obra há motivos de sobra para o considerar uma referência genial. Desde cedo foi um aluno mal comportado, expulso por indisciplina do Colégio Moderno de Bordéus, depois foi um homem de sete ofícios tais como: empregado de um negociante de vinhos, monitor de colónias de férias (que mais tarde viria a influenciar nos seus desenhos) e paquete de um escritório. Aos 18 anos alistou-se voluntariamente, foi para Paris e embrenhou-se na vida jornalística. Em 1951 (aos 19 anos) vendeu o seu primeiro desenho ao “Sud-Ouest». O encontro com o maior dos cenaristas do seu tempo, René Goscinny (criador de Astérix), permitiu-lhe entrar na grande roda do cartoon. Com o Petit Nicolas criou um imenso leque de ilustrações sobre miúdos da escola primária com a sua característica irrequietude e conflitualidade. Paralelamente às aventuras do jovem aluno da escola primária, estreou-se no “Paris Match” em 1956, e colaborou com numerosas revistas. O seu primeiro álbum apareceu em 1962: “Rien n’est simple”, seguindo-se muitos mais álbuns que traduzem a sua visão irónica do mundo e das suas imperfeições. Criador de Raoul Taburin e de Monsieur Lambert, o seu talento de observador com um formidável sentido de humor fez dele, desde há quarenta anos, um dos maiores, senão o maior, dos desenhadores humorísticos franceses. Para além dos seus próprios álbuns que ilustrou de Catherine Certitude, Patrick Mondiano e Patrick Suskind.  Sempé foi um dos raros desenhadores franceses a ilustrar as capas do New Yorker (como o nosso Jorge Colombo), além das ilustrações do Figaro Litteraire e do Paris Match.

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