Reflexões

De 10 a 16 de Janeiro de 2005

Quando se fala de futuro vem à baila o tema da Educação. Há sempre mil receitas e muitas vezes há a tentação de culpar a escola de todos os males e de todas incertezas da sociedade. O que distingue uma sociedade desenvolvida de uma sociedade atrasada é a capacidade para aprender mais e melhor…

REFLEXÃO DA SEMANA
De 10 a 16 de Janeiro de 2005



Quando se fala de futuro vem à baila o tema da Educação. Há sempre mil receitas e muitas vezes há a tentação de culpar a escola de todos os males e de todas incertezas da sociedade. O que distingue uma sociedade desenvolvida de uma sociedade atrasada é a capacidade para aprender mais e melhor. Nos tempos actuais a aprendizagem tornou-se decisiva. Há assim uma nova atitude que tem de ser assumida relativamente à Educação. Não se trata apenas de valorizar a educação formal, mas de ligar as diversas componentes da educação e da formação. Fala-se de um novo paradigma – a educação e a formação ao longo da vida. A ideia é tão antiga como a humanidade, mas agora a educação permanente tornou-se ainda mais importante. O progresso científico e tecnológico, a mobilidade geográfica e profissional, o efeito das novas redes de tecnologias de informação e comunicação, tudo obriga a que a actualização dos conhecimentos e a formação estejam na ordem do dia. A escola não pode fechar-se sobre si. Tem de se adaptar à evolução muito rápida dos meios de comunicação. Tem de dar as chaves indispensáveis para que os cidadãos de hoje possam aprender, escolhendo a informação e a formação relevantes e ganhando em hábitos de trabalho, organização e rigor. A Educação desperta consciências para a liberdade e a responsabilidade e constrói um percurso de desenvolvimento da pessoa humana, em especial das suas faculdades morais, sentimento, vontade e sentido dos valores. Educação para todos significa, assim, hoje garantir a efectivação do direito universal a aprender com qualidade. Escola, família, comunidade são chamadas a cooperar activamente entre si para que este direito e este dever sejam concretizados, em prol de uma sociedade justa e culta, baseada na dignidade da pessoa humana. Na prática, está em causa assumirmos uma cultura de criatividade, de comunicação e de compreensão mútua, o que exige o bom domínio da língua materna e de línguas estrangeiras, de modo a entendermo-nos e a comunicar melhor e a sermos factores positivos na afirmação da nossa identidade cultural. A matemática e as ciências devem tornar-se factores de qualidade e de rigor no ensino, com valorização do experimentalismo e do espírito crítico. A formação cívica tem de orientar-se para a construção de uma cidadania activa, atenta, participante, ciente do mundo e da sociedade em que se integra, capaz de compreender o tempo, a história e a cronologia. E se a educação, a formação e o emprego se tornam fundamentais, fácil é de entender a importância do ensino profissional e a relevância das formações para a vida activa. Do mesmo modo, a qualidade e a avaliação têm de ser colocadas como elementos cruciais, a fim de que a democratização da escola e da educação não se traduzam em nivelamento por baixo e mediocridade. Eis o que exige a mobilização da sociedade.

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