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DIA ANTÓNIO LOBO ANTUNES

O Centro Cultural de Belém e o Centro Nacional de Cultura organizam no dia 27 de outubro a partir das 15h o “Dia António Lobo Antunes”. Consulte o programa…

DIA ANTÓNIO LOBO ANTUNES

27 de Outubro no CCB

Organização: Centro Cultural de Belém e Centro Nacional de Cultura

Consulte aqui o programa



António Lobo Antunes (1942) afirma-se como um ávido revelador do que a vida sistematicamente esconde. Para além do superficial dos acontecimentos, o romancista recorda, invoca, interpreta, aventura-se no próximo, no incerto e no desconhecido. E vêm à memória amigos, desaparecidos, mas presentes, como José Cardoso Pires e Ernesto Melo Antunes…  A vida entretece-se de amizades. Harold Bloom fala misteriosamente de “one of the living writers who will matter most”. George Steiner considera-o como “heir to Conrad and Faulkner”. O certo é que a sua escrita atrai, porque é inusitada e pertinente, luminosa e obscura. Que é a vida senão um mundo de contradições? Quaisquer elogios passageiros nunca permitirão entendê-lo. Um dia disse: “Quando lemos um bom escritor é para nos conhecermos a nós mesmos”. Essa a grandeza da literatura, a de ser um revelador da existência. É fundamental ler António Lobo Antunes, para quem é insuportável aceitar a mediocridade e ouvir dizer “somos um país pequeno e periférico”…


Guilherme d’Oliveira Martins


 


PROGRAMA


15H00  ABERTURA

          Guilherme d’Oliveira Martins
            Vasco Graça Moura


15h15  A OBRA

          Maria Alzira Seixo 
          Morar no Lume. Imagística do Fogo na temática e construção do romance em António Lobo Antunes.

          Agripina Carriço Vieira 
          Rezas, santos, aparições e outras religiosidades na ficção de António Lobo Antunes.


          Norberto do Vale Cardoso
          A sombra de António Lobo Antunes: uma luz nas trevas.


          Ana Paula Arnaut
          A ficção de António Lobo Antunes: o romance no fio da navalha.


16h15  PAUSA
  
16h45  O ESCRITOR VISTO PELOS SEUS LEITORES

          Maria Rueff 
          Amo-te tanto que não te sei amar.


          Harrie Lemmens 
          O Rumor dos Passos.


          Frei Bento Domingues 
          Deus e os Direitos de Autor.


17h45 António Lobo Antunes




Maria Alzira Seixo
, professora catedrática da Faculdade de Letras de Lisboa (1966-2001), ensinou também em Liceus (1963-65) e em universidades estrangeiras, como Poitiers, Chicago, Johns Hopkins, Univ. Federal do Rio de Janeiro, Polinésia Francesa (Tahiti), tendo feito conferências em todos os continentes. É autora de livros sobre o romance francês clássico, o romance português moderno e contemporâneo, e publicou sobre temas que abrangem boa parte das literaturas francesa e portuguesa, e bem assim sobre Teoria Literária e Literatura Comparada. Fundou as revistas Ariane e Dedalus, e presidiu a várias associações nacionais e internacionais das suas áreas.


Agripina Carriço Vieira é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa. Tem mestrado sobre Claude Simon e doutoramento em Literatura Comparada sobre a percepção da identidade na ficção em língua portuguesa do pós-colonialismo. É desde 2003 directora de um Centro de Formação de Professores. Foi Burgen Scholar da Academia Europaea em 2004. É membro do Centro de Estudos Comparatistas. Membro da Comissão ne varietur das obras de António Lobo Antunes e co-autora do Dicionário da Obra de António Lobo Antunes. É colaboradora do Jornal de Letras Artes e Ideias.

Norberto do Vale Cardoso é doutorado em Ciências da Literatura – Ramo: Literatura Portuguesa, pela Universidade do Minho. É autor de A Mão-de-Judas: Representações da Guerra Colonial em António Lobo Antunes, 2º volume da Colecção António Lobo Antunes/ Ensaio, publicado pela Texto em 2011.


Ana Paula Arnaut nasceu a 12 de Junho de 1964. É doutorada com agregação pela Universidade de Coimbra, onde lecciona Literatura Portuguesa Contemporânea. Publicou Memorial do Convento. História, Ficção e Ideologia (1996), Post-Modernismo no Romance Português Contemporâneo: Fios de Ariadne-Máscaras de Proteu (2002); Homenagem a Cristóvão de Aguiar: 40 anos de vida literária (2005) (org.), José Saramago (2008), Entrevistas com António Lobo Antunes. 1979-2007. Confissões do Trapeiro (ed.) (2008), António Lobo Antunes (2009), António Lobo Antunes: a Crítica na Imprensa. 1980-2010. Cada um Voa como Quer (ed.) (2011). As mulheres na ficção de António Lobo Antunes. (In)variantes do feminino) (2012). Tem também artigos publicados em inúmeras revistas nacionais e internacionais.


Harrie Lemmens nasceu em 1953 em Weert, na Holanda. Estudou letras na Universidade de Nijmegen. Viveu em Berlim (RDA), Lisboa, Nijmegen e Bruxelas e reside, actualmente, em Amesterdão. Trabalhou como professor de Neerlandês na Humboldt Universität Berlim. Traduziu prosa e poesia do alemão, inglês, espanhol e, sobretudo, do português. Entre os seus autores contam-se Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Padre António Vieira, José Saramago, Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Autran Dourado, João Ubaldo Ribeiro, Gonçalo M. Tavares. E, obviamente, António Lobo Antunes. Publicou ensaios, críticas e entrevistas em vários jornais. Escreveu um livro sobre o Brasil que sairá em abril 2014. É casado com a tradutora e fotógrafa portuguesa Ana Carvalho.


Maria Rueff nasceu em Moçambique em 1972. Formada na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, tem trabalhado para a televisão em séries de humor, destacando-se as seguintes: Os Bonecos da Bola; Herman Enciclopédia; A Mulher do Senhor Ministro; Herman 98/99 e Herman SIC, nas quais criou alguns dos seus bonecos mais conhecidos, nomeadamente, D. Rosette, Zé Manel taxista e algumas caricaturas de figuras portuguesas; Hora H; Programa da Maria; Os Contemporâneos; VIP Manicure; e Estado de Graça. Estreou-se em teatro, sob a direcção de Armando Cortez, na peça Quem Muda a Fralda à Menina? trabalhou com José Pedro Gomes e António Feio na peça Inox, com António Pires em Moby Dick e A Paixão de São Julião Hospitaleiro, com Luís Miguel Cintra na peça A Cidade, com Katharina Thalbach na Ópera/Teatro Die Fledermaus, Antes Elas Que Nós e com Ana Bola em Avalanche, Celadon e também em VIP Manicure – A Crise. Em cinema integrou o elenco dos filmes Os Imortais (António Pedro Vasconcelos), A Passagem da Noite (Luís Filipe Rocha) e Filme da Treta (José Sacramento). Para a rádio fez, juntamente com as Produções Fictícias, crónicas humorísticas na TSF. Na mesma rádio, protagonizou, com Ana Bola, a rubrica VIP Manicure, da autoria de Ana Bola. Foram-lhe atribuídos diversos prémios, destacando-se o Globo de Ouro (Melhor Actriz no Programa da Maria, 2002) e o Troféu TV7Dias para Melhor Humorista pelo programa Estado de Graça (2011). Foi condecorada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem de Mérito (1999). Mais recentemente, protagonizou Fuga, ao lado de José Pedro Gomes, no Teatro Tivoli, tendo percorrido o país em digressão. Em Setembro estreou Lar, Doce Lar, com Joaquim Monchique, esgotando o Auditório dos Oceanos no Casino Lisboa por vários meses, tornando a comédia o espectáculo mais visto de 2011.


Frei Bento Domingues, O.P., nasceu a 13 de Agosto de 1934, em Travassos (Vilar – Terras de Bouro). Entrou para o Noviciado na Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em 1953. Estudou Filosofia e Teologia em Fátima, Salamanca, Roma e Toulouse. Como Assistente da Juventude da Igreja de Cristo Rei (Porto), em 1962 e 1963, foi responsável pela exposição O mundo interroga o Concílio, que levantou uma grande celeuma no Porto e foi encerrada pela PIDE. Frei Bento Domingues foi obrigado a abandonar o País. Nos anos 70, foi longamente interrogado pela PIDE-DGS pela sua pregação numa missa para crianças, interpretada como um ataque à guerra colonial. Dedicou-se ao ensino e à investigação teológica desde 1965: foi professor no Studium Sedes Sapientiae (Fátima), no Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET/Lisboa), no Instituto de Psicologia Aplicada, no Cento de Reflexão Cristã (CRC), na Escola de Educadoras de Infância – Maria Ulrich – e director do Instituto de S. Tomás de Aquino. Participou com D. Luís Pereira, Bispo da Igreja Lusitana, na primeira Conferência Ecuménica, em Portugal, organizada pela Cooperativa Pragma. Fez parte da equipa da tradução portuguesa da revista internacional, Concilium, a partir de 1965, e participou nos colóquios Concilium. Tomou parte em várias iniciativas de carácter cívico: no lançamento da publicação clandestina, Direito à Informação; pertenceu ao secretariado da Comissão Nacional de Socorro aos presos políticos, do Comité Português Pró-Amnistia Geral no Brasil; foi membro do Conselho Nacional de Imprensa. É membro do Fórum Abraâmico. Dirige a colecção Nova Consciência do Círculo de Leitores. Depois de crónicas regulares no Sempre Fixe e na Luta, mantém, desde 1992, uma coluna semanal no Público, dedicada à análise do fenómeno religioso no mundo contemporâneo. O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, conferiu-lhe o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade em 2004. Em 2005 foi-lhe atribuída a medalha de Ouro de Reconhecimento e Mérito, por despacho conjunto da Administração e da Reitoria da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

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