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Pedro Massano (1948-2025)

De seu nome completo Manuel Pedro Dias Massano Santos, nasceu em Lisboa, a 15 de agosto de 1948 e teve a sua primeira experiência profissional em “A Mosca”, suplemento do “Diário de Lisboa”. A partir de 1973, em paralelo com a frequência do curso de arquitetura na ESBAL, multiplicou as colaborações nas áreas da ilustração, caricatura e BD, em publicações tão díspares como o “Volante”, “República” ou “Musicalíssimo”.

Deixou marcas do seu humor refinado na revista “Visão” (1975-76) e no ano seguinte desenhou “A primeira aventura no país do João”, a partir de argumento de Maria Alberta Menéres, para a Comissão Organizadora do Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, uma obra com grande sucesso e a surpreendente tiragem de 500 mil exemplares para distribuição nos núcleos de imigrantes portugueses.

A partir de 1978 encontramos no jornal “A Luta” as tiras de “O Abutre”, “humor negro para os seus dias cinzentos”, “uma tentativa séria de deprimir o leitor que ainda consiga sorrir deste país que somos”, que seriam compiladas em 7 pequenos álbuns pela Europress. Para esta editora, Pedro Massano criaria igualmente “A missão h…orrível”, uma história ecológica quando esta temática dava os primeiros passos, e “A lei do Trabuco e do Punhal – Mataram-no duas vezes”, uma biografia ficcionada de João Brandão, com argumento de Luís Avelar que, infelizmente, se ficou por este primeiro álbum.

Da sua biografia constam igualmente outras abordagens históricas clássicas, como “A Conquista de Lisboa” (2 volumes) e “A Batalha – 14 de agosto de 1385”.

Autor de traço versátil e inconfundível, tão capaz de dar vida ao humor negro de “O Abutre” quanto de recriar de forma rigorosa as épocas históricas que abordou, Pedro Massano deixa uma obra muito vasta, infelizmente pouco inacessível por se encontrar dispersa por um sem-número de publicações, e o livro teórico “Como fazer banda desenhada”. Com José Ruy, EduardoTeixeira Coelho (ETC), Fernando Bento  e José Garcês é uma das grandes referências clássicas da histórias de quadradinhos em Portugal, não contando com as gerações mais novas…

O Centro Nacional de Cultura apresenta condolências à família e amigos.

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