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Luis Fernando Verissimo (1936-2025)

O CNC homenageia a memória do grande escritor e homem de cultura da nossa língua comum.

Escritor e jornalista, Luis Fernando Verissimo é um dos mais prestigiados cronistas brasileiros. Filho de Erico Verissimo, um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa, Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 1936. Aos 16 anos, foi morar para os EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultivou sempre.  Escreveu regularmente nos mais importantes jornais e revistas do Brasil. Usou sempre um estilo inconfundível, aliando um fino sentido de humor e uma grande oportunidade no comentário. Entre as distinções e prémios recebidos, estão a Medalha de Resistência Chico Mendes, o Prémio de Isenção Jornalística, o de Intelectual do Ano em 1997 e o Prix Deux Oceans, Biarritz, 2004. É autor de mais de 60 livros, entre os quais livros inesquecíveis como “O Clube dos Anjos”, “As Mentiras que os Homens Contam”, “Comédias para se Ler na Escola”, “A Mesa Voadora”, “Sexo na Cabeça” e “O Melhor das Comédias da Vida Privada”

Foi com palavras que este gaúcho conquistou milhões de leitores, em crónicas, romances, contos, poesias e cartoons, cujos personagens estão bem presentes no imaginário brasileiro: o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté, As Cobras, o inconfundível detetive Ed Mort, a Família Brasil, a abrasadora Dora Avante, fundadora do movimento Socialaites Socialistas e assídua correspondente fictícia do cronista. A versatilidade da crónica tão cara ao escritor permitiu que dela saíssem frases impensáveis de serem pronunciadas em voz alta pelo saxofonista tímido, que manteve uma coluna no GLOBO, desde 1999, no “Estado de S. Paulo” e na “Zero Hora”. “O que faço não tem valor literário. Não tenho essa ambição, nem a capacidade do livro definitivo. Todos os outros livros foram provocados, não eram livros que tinha dentro de mim. Quando tem isso, vem cedo. Eu comecei tarde”, afirmou certa vez Verissimo, que dizia não ter prazer durante a escrita. “Bom não é escrever, mas ter escrito”, costumava dizer, repetindo uma frase do escritor Zuenir Ventura, seu grande amigo. “Encaro escrever como um ofício, um que deu certo para mim, mas não seria minha escolha natural se outras coisas não tivessem dado errado. Já a música é sempre um prazer para mim”.

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