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LIVROS DE VERÃO 2015

Como habitualmente, apresentamos uma lista de livros para este Verão. O Estio é uma oportunidade para o encontro com a leitura. Talvez haja mais tempo ou disponibilidade. O livro permite-nos ir ao encontro da vida. 

Muito se tem discutido sobre o futuro do livro tradicional, em papel, com o calor próprio de algo que nos completa. Em uma escolha de 18 obras, que permitirá certamente compreendermos que o futuro do livro não está em causa.

1) Em primeiro lugar, a «Obra Poética» de Sophia de Mello Breyner Andresen, publicada na Assírio e Alvim, revelando «uma fascinante imagem da busca de um ideal de claridade, parcimónia e nudez essenciais» E há dias, quando voltámos a ouvir Maria Barroso a ler «Porque» e «Carta aos Amigos Mortos» pudemos compreender como a palavra permite revelar o essencial da vida. É o livro do Ano!
2) Como exemplo de uma obra romântica belissimamente traduzida, refiro «Os Noivos» de Alessandro Manzoni, editado pela Paulinas com tradução de José Colaço Barreiros.
3) Para compreender a atualidade, de Jaime Nogueira Pinto «O Islão e o Ocidente – A Grande Discórdia» (D, Quixote). A pergunta fundamental do livro tem a ver com a necessidade de entender as especificidades da cultura islâmica e de não cair na tentação de exportar modelos ocidentais – procurando, sim, modos efetivos de pôr a tónica na dignidade humana.

4) Frederico Lourenço escreve, na Cotovia, «O Lugar Supraceleste», onde coexistem textos ensaísticos e autobiográficos – de um extraordinário cismador meditabundo.

5) Manuel Alegre, na D. Quixote, publicou «Bairro Ocidental». «Nau Ideia. Sem ela nós não somos nada / não mais que um bairro perdido a Ocidente / com ela se navega mesmo se / parada / só com ela se pode chegar ainda / ao que dentro de nós é sempre ausente…».

6) Ana Nascimento Piedade publica na Gradiva «Diálogo com Eduardo Lourenço». A crítica dos mitos é a procura do que somos: Antero, Pessoa, Sophia – mas também Nemésio, Agustina, Cardoso Pires. Eternamente heterodoxo pondo a arte no centro da vida.

7) Paulo Castilho escreve «O Sonho Português» – um retrato sobre quem somos hoje, na continuidade e na contradição, combatendo a mediocridade.

8) Isabel Stilwell apresenta-nos o exercício romanceado «D. Teresa – Uma Mulher que não abriu mão do poder», editada pela Manuscrito. Um exercício inteligente e acessível, com valor pedagógico.

9) Umberto Eco escreveu «Número Zero» (Gradiva). Um sério apelo a cuidar da tentação de usar na comunicação o comércio da mentira.

10)
Rita Ferro escreveu o segundo volume do seu Diário: «Só se Morre uma vez» (D. Quixote). O que pode preocupar-nos para além da vertigem da violência quotidiana e da indiferença.

11) Steffen Dix escreveu na Tinta da China uma obra belíssima e imperdível «1915», sobre o ano do Orpheu, que o Museu da Eletricidade e a Biblioteca Nacional de Portugal ilustram muito bem em duas mostras fundamentais.

12)
E se falo de Exposições, devo referir «Josefa de Óbidos e a Invenção do Barroco Português», sob direção de António Filipe Pimentel, como um extraordinário catálogo pode ser ilustrativo de uma identidade muito própria!

13) António Tabucchi na D. Quixote é recordado como uma obra-prima, onde se reúnem «Os Voláteis de Fra Angelico, Sonhos de Sonhos, e Os Três Últimos Dias de Fernando Pessoa».

14) António Mega Ferreira reuniu treze contos em «Hotel Locarno» (Sextante Editora). De facto, o Conto é uma questão Metafísica, que existe, porque tem de existir.

15) Mário Cláudio é o inspirado autor de «Retrato de Rapaz – Um Discípulo no Estúdio de Leonardo da Vinci» (D. Quixote), agora premiado pela APE.

16) Hélia Correia, agraciada com o Prémio Camões, dá-nos «A Terceira Miséria» (Relógio de Água), poesia sentida e necessária.

17) Alberto Vaz da Silva escreveu «Evocação de Sophia» (Assírio e Alvim), com prefácio de Maria Velho da Costa e Posfácio de José Tolentino Mendonça. Alberto continua entre nós.

18) Numa escolha de livros para leitura de vilegiatura acrescentamos a última Encíclica do Papa Francisco sobre o momentoso problema ecológico e ambiental – «Louvado Sejas» (Paulinas) – Carta Encíclica sobre o Cuidado da Casa Comum e uma Ecologia Integral.

Boas Leituras!

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