Reflexões

De 13 a 19 de Janeiro de 2003

Novo Ano, Novas Ideias. O Centro Nacional de Cultura divulga hoje o programa para o próximo trimestre, com muitas iniciativas, com…

“Novo Ano, Novas Ideias. O Centro Nacional de Cultura divulga hoje
o programa para o próximo trimestre, com muitas iniciativas, com
novas ideias e com o espírito de sempre. Além dos passeios
e dos cursos livres, de importantes expedições culturais
ao Porto e à Andaluzia, de uma nova edição da Festa
no Chiado, teremos a “Revista do Mês” no CiberChiado na
última semana de cada mês com uma tertúlia ao vivo
a comentar os acontecimentos do país e do mundo, Leituras de grandes
autores portugueses, exposições, um forum de debate na internet,
e o novo “Café No Chiado”, na melhor tradição
do Chiado pitoresco e elegante. Ainda comemoraremos ao longo do ano os
quarenta anos da revista “O Tempo e o Modo”, fundada em Janeiro
de 1963. As ideias fervilham. Experimente que é diferente!

E no mundo? Estaremos nas vésperas
de uma guerra? Não estaremos a assistir à mais profunda
crise do sistema instituído em 1945 pela Carta das Nações
Unidas? Em que medida será possível consagrar o primado
do Direito Internacional como pedra angular de um clima de Paz? O certo
é que relativamente à situação iraquiana,
estamos longe da crise dos Balcãs, dos riscos humanitários
do Kosovo ou da ameaça terrorista do pós 11 de Setembro.
O problema não é novo e tem de ser entendido em estreita
ligação com os graves acontecimentos no Médio Oriente.
Eis porque, neste início do ano 2003, o tema da Paz é
muito incómodo. Há gente demais a brincar com o fogo.
A guerra numa região tão complexa com a do Iraque terá,
por certo, perigosos efeitos desestabilizadores e poderá ter
como resultado reforçar regimes repressivos e totalitários.
Por isso, é indispensável um apelo ao bom senso. Temos
de voltar a ouvir João XXIII na encíclica “Pacem
in Terris” levantando a sua voz contra “a desordem que reina
entre indivíduos e povos”. Temos de condenar o terrorismo
sob todas as formas. Temos de estar profundamente preocupados com a
ameaça de guerra e com a invocação das “guerras
preventivas”. Temos de compreender que a globalização
não pode funcionar a partir do fundamentalismo do mercado. Temos
de rejeitar – como afirma o Manifesto “Pela Paz” – “um
eventual envolvimento de Portugal na preparação de acções
militares contra países terceiros, sem autorização
prévia da Assembleia da República e sem mandato expresso
do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
E temos de lançar acções cívicas no sentido
do respeito dos direitos humanos e de uma autêntica “cultura
da Paz”. A guerra que se prepara é inútil e perigosa!”

Guilherme d`Oliveira
Martins
Presidente do Centro Nacional de Cultura

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