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ANA HATHERLY (1929-2015)

Deixou-nos uma das mais importantes autoras portuguesas contemporâneas. Representante do experimentalismo, foi no panorama cultural português uma interveniente muito ativa, desde a poesia às artes plásticas, passando pelo cinema, pelo ensaio, pela filosofia, pela tradução. Representou Portugal na Bienal de Veneza de 1975, tendo tido um significativo e justo protagonismo em momentos marcantes da vida artística e intelectual. Mestra de diversas gerações foi uma personalidade multifacetada que deve ser lembrada como referência marcante da inovação e da criação cultural.

O Centro Nacional de Cultura homenageia a sua memória!



Morreu a escritora e artista plástica Ana Hatherly

Hatherly deixa um percurso transversal no cinema, artes plásticas, poesia e prosa.

A escritora e artista plástica Ana Hatherly, um dos nomes da vanguarda da poesia experimental, morreu hoje aos 86 anos num hospital em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nascida no Porto, em 1929, Ana Hatherly teve um percurso transversal no cinema, artes plásticas, poesia e prosa, cruzando quase sempre as diferentes expressões artísticas. Tem o nome inscrito na vanguarda da poesia e na forma como o poema é escrito no papel, tornando-se numa obra visual.
Licenciada em Filologia Germânica e doutorada em Estudos Hispânicos, Ana Hatherly tem ainda formação em cinema e música e foi professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde co-fundou o Instituto de Estudos Portugueses.
A autora foi ainda membro fundador do PEN Clube Português e tem o nome inscrito na criação das revistas “Claro-Escuro” e “Incidências”.
Iniciou a carreira literária em 1958 tendo publicado nos primeiros anos as obras “Um ritmo perdido” e “As aparências”.
“Eros frenético”, “Anagramas”, “A dama e o cavaleiro”, a série “Tisanas”, “Rilkeana”, “A mão inteligente” e “O cisne intacto: Outras metáforas – Notas para uma teoria do poema-ensaio” são algumas obras publicadas por Ana Hatherly, distinguida ao longo da carreira pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo PEN Clube.
A Sociedade Brasileira de Língua e Literatura distinguiu-a em 1978. Em 2009 foi distinguida como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
O espólio da autora está à guarda da Biblioteca Nacional, no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, e parte da biblioteca pessoal está na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nas artes visuais, tem obra presente em várias coleções, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

in Renascença | 5 de agosto de 2015

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